Sexo e dinheiro. Esses são
dois pontos de conflito na maioria dos casamentos, concordam? Uma vida sexual
tranquila e sucesso financeiro não são
obras do acaso, e – entre outras tantas coisas – contribuem para a felicidade
no casamento. Claro que o casal não precisa só disso pra
ser feliz, mas hoje vou pontuar a necessidade da inteligência financeira dentro
de casa. Esse tema é tão importante, que deveria ser matéria de
escola!
Antes de tudo, é necessário entender que a inteligência financeira te levará, invariavelmente, a
possuir independência financeira. Mas o que seria independência
financeira? Bom, primeiramente vamos entender o que ela NÃO É:
Definitivamente, independência financeira não é ganhar bem. Muitos ganham bem, mas sempre gastam mais do
que ganham. Tem gente que acha que ter uma casa grande e bonita ou um carrão
e roupas de grife são sinônimos de independência
financeira. A casa pode estar financiada em 30 anos, o carro no leasing e as
roupas de marca no cartão de crédito estourado, ou seja, isso não
significa nada. Na realidade, existem muitos “seu zé” dono do cachorro quente
da esquina que tem um patrimônio muito maior do que o “doutor” fulano de
tal.
Outras pessoas acham que ter independência
financeira é não ter dívidas. Nem sempre isso é verdade.
Existe a dívida boa e a ruim. A ruim é aquela que você faz para adquirir bens
de consumo (que irão desvalorizar com o tempo ou apenas farão
você perder dinheiro) e a boa é aquela que você faz estrategicamente para
ganhar na valorização acima dos juros (irão
valorizar com o tempo ou farão dinheiro entrar no seu bolso, por exemplo,
um negócio próprio). Se você compra uma casa e sai do aluguel, também é uma
dívida boa. Com o tempo, você terá investido o valor do aluguel na sua casa
própria e ainda ganhará com a valorização do imóvel.
Bom, agora que já definimos o que não
é, precisamos entender o que realmente é ter independência financeira. Sem essa
clareza, vamos ficar patinando sem saber exatamente onde queremos chegar.
Independência financeira é fazer o dinheiro
trabalhar para si. Ter uma renda passiva que pague o seu padrão
de vida e da sua família, ou seja, ter dinheiro o suficiente “entrando” sem
necessariamente estar trabalhando.
A propósito, alcançar
independência financeira não quer dizer que você não
vá mais trabalhar, mas sim que você chegou a um patamar em que você não precisa mais trabalhar, portanto, poderá selecionar as
atividades as quais você quer se dedicar no dia-a-dia. Obviamente que para
atingir esse patamar de independência é necessário trabalhar sua inteligência financeira. Essa, por sua vez, é a capacidade
de controlar as emoções sobre o dinheiro. É
saber lidar com dinheiro de forma educada e inteligente para atingir esse tão
sonhado patamar em que o dinheiro trabalhe para você. É
saber usar o tempo e o conhecimento para prosperar.
Muitas pessoas têm problemas financeiros sem
precisar ter, por causa dos péssimos hábitos que possuem (consomem sem saber a
hora de parar!). Quando não há educação financeira, podemos
até saber conquistar o dinheiro, mas sem utilizá-lo com sabedoria e gastando
com irresponsabilidade, provavelmente não teremos disciplina
para investir bem. Portanto, para obter independência financeira é necessário
mais do que um bom salário, precisamos de informação, trabalho e disciplina.
Interessante observar que a grande maioria das
pessoas não evolui financeiramente justamente por falta
de informação e não por falta de
recursos. Já perceberam que quando entra um comentarista econômico
na TV, as pessoas trocam de canal? Já quando passa uma notícia sensacionalista
ou “os gols da rodada”, todos vão pra frente da TV! Se não
buscarmos informação, continuaremos fazendo parte da grande
maioria, que nunca “sairá do lugar”.
Todos nós, essencialmente, trabalhamos para
comprar nosso tempo livre e o nosso sustento. No geral, trabalhamos para obter
dinheiro quando na realidade deveríamos estar colocando o dinheiro para
trabalhar por nós. E isso não é “ladainha” de autoajuda, é algo muito
sério.
Cerca de 85% das famílias brasileiras não
conseguem equilibrar seus orçamentos. Boa parte do salário é utilizado para
pagar juros de empréstimos e crediários, quando poderia ser aplicada na
melhoria da qualidade de vida da família. Os problemas com dinheiro nem sempre
se resolvem com mais dinheiro. Já ouviram falar que quanto mais se ganha, mais
se gasta? Isso é falta de educação financeira e preparo emocional pra lidar com
questões relacionadas ao dinheiro. Vemos muitas
pessoas com salários maravilhosos que são completamente
endividadas. Você se lembra do Michael Jackson? Ele era um dos maiores
arrecadadores de direitos autorais (inclusive de músicas dos Beatles) e morreu
devendo 200 milhões de dólares! Então,
do pobre ao rico, é necessário uma porção de inteligência
financeira e controle emocional.
É
fácil falar que levar uma vida abaixo dos seus rendimentos – gastar menos do
que se ganha – é o correto quando se ganha muito bem. Mas o que vemos por aí são
pessoas que ganham pouco e compram coisas que não precisam, apenas por
status. Um exemplo: a pessoa quer porque quer uma tv de led com milhões
de polegadas. Ela ganha um salário mínimo, então divide esse produto
em vinte e quatro vezes – com juros, mas e daí? Dá pra pagar a parcela! – e
paga o dobro do valor. Aí você me pergunta: “Uma pessoa simples não
pode querer viver uma vida legal?”. Claro que pode! Mas se ela tiver
inteligência financeira, ela vai juntar esse dinheiro (inclusive fazendo bicos
nos finais de semana e economizando no cafezinho) e comprar à vista. Com o
desconto que ela obteve, pode guardar e posteriormente investir.
Quantas pessoas moram de aluguel e têm um
carro zero sendo pago em 60 prestações? Não
estou criticando! Cada um sabe das suas prioridades. Mas dificilmente uma
pessoa que gasta mais do que ganha vai ter sucesso financeiro algum dia.
O segredo está em como gastar e não
em como ganhar mais. Se você perguntar às pessoas que tiveram aumento de
salário no ano passado, se a poupança delas aumentou,
provavelmente elas dirão que aumentaram as dívidas. As pessoas
costumam assumir novos compromissos quando ficam sabendo que vão
ter um reajuste salarial, mesmo antes de receber. Nosso hábito é gastar. Somos
acostumados a ter dívidas. Quando as pessoas quitam um carro, o que a maioria
logo faz? Compra outro, um pouco mais caro, e ganham um novo carnezinho pra não
perder o costume. Estou falando alguma mentira?
O pensamento da grande maioria das pessoas é
no sentido de se premiar primeiro pra só depois pensar em como vai pagar.
Primeiro eu compro o tão sonhado “Iphone da moda” e depois eu penso
em como vou pagar. Já o hábito de quem sai do zero e fica rico é justamente o
contrário. Quem possui inteligência financeira pensa em como produzir o
dinheiro que precisa pra comprar à vista determinada coisa que deseja, ou seja, primeiro se junta o dinheiro, depois se
recompensa.
As pessoas se matam de trabalhar e no fim do
mês não sobra nada. Conheço
gente que teve o salário duplicado nos últimos dois anos, mas continuam com
problemas financeiros, pois passaram a frequentar restaurantes sofisticados, a
comprar roupas e carros mais caros e a fazer coisas que não
faziam antes. Ganharam
um estilo de vida melhor, mas não estão mais ricas nem mais felizes. Continuam com um padrão
acima da sua renda e padrão de vida não é sinônimo
de patrimônio. Vejamos a diferença:
Padrão de vida: se refere à qualidade e quantidade de bens e
serviços disponíveis para você e sua família. Ou
seja, tem a ver com o quanto você gasta (carros, roupas, restaurantes, eletrônicos,
hotéis, viagens, etc).
Patrimônio: se refere a um conjunto de bens e direitos.
Tem a ver com o quanto você poupa e investe (ações, imóveis e outras
aplicações financeiras).
Eu simplifiquei as definições
para ficar mais fácil de entender. E já que tocamos nesse assunto, é importante
deixar outra coisa bem clara com relação tanto ao padrão
de vida quanto ao patrimônio: ambos não trazem felicidade. É
preciso lembrar (para que ninguém se equivoque) que dinheiro não
compra felicidade. As pessoas confundem felicidade com prazer. Dinheiro compra PRAZER, não FELICIDADE.
Dinheiro compra uma diária em hotel de luxo, uma viagem pelo mundo,
restaurantes sofisticados, carros importados e até mesmo sexo. Mas dinheiro não
compra paz de espírito, felicidade e muito menos amor. Mas todos nós merecemos
ter algum momento da vida em que a tranquilidade financeira seja algo concreto.
Faz bem não ficar morrendo de preocupação
com as contas. E muitas vezes as pessoas culpam o governo, o mundo, os ricos e
até mesmo Deus, por causa da sua situação financeira, quando
na grande
maioria dos
casos, a única pessoa culpada é ela mesma, pois não sabe se controlar ou
se privar de algumas coisas.
Conheço a história de uma
empregada doméstica que resolveu poupar 65 reais por mês durante 18 anos, com o
objetivo de pagar a faculdade da filha. Quando ela juntou um volume maior (5
anos poupando), começou a ler e se informar melhor sobre o mercado
de ações e investimentos acima da rentabilidade da
tradicional poupança. No final dos 18 anos ela já possuía cerca
de 95 mil reais. Poderia pagar a maior parte das faculdades particulares do
Brasil à vista, se quisesse. Provavelmente sobraria dinheiro. Ela entendeu essa
lógica: Primeiro o ônus, depois o bônus. Se não
houvesse um sacrifício no passado, jamais teria tamanho prazer no presente. E o
passado do nosso futuro é o hoje, portanto, devemos
começar hoje a pagar o preço
necessário para mudar o nosso amanhã.
A questão não é se você é pobre ou rico. Uma vida financeira feliz e próspera é viver
com simplicidade. Isso não é passar necessidade, morar numa casa ruim,
andar mal vestido ou abrir mão das coisas boas da vida. Mas escolher um
padrão que garanta qualidade de vida, bem-estar e,
principalmente, tranquilidade no presente e no futuro. Para que isso aconteça
é importante adaptar nosso estilo de vida um pouco abaixo das nossas
possibilidades, para que possamos ter reservas suficientes no caso de
imprevistos e para que possamos poupar para investir e garantir uma vida
tranquila na aposentadoria. É difícil viver assim numa sociedade tão
consumista. Mas é uma oportunidade pra fazer a diferença,
viver melhor, se destacar e prosperar. Eu prefiro mil vezes estar tranquilo com
a minha conta bancária, do que andar desfilando de roupa cara, cordão
de ouro, num carro zero e todo endividado.
Quem curte a fanpage do blog da minha esposa
no Facebook, o Coisa
de Casada, tem visto os “looks
do dia” que ela faz. Ela sentiu a necessidade de mostrar para algumas pessoas
que nós não precisamos ir à falência pra andarmos bem
vestidos. Ela gosta de comprar roupas bonitas, como toda mulher e ela até tem
uma coisa ou outra de marcas famosas, que foram um pouco mais caro. Mas nunca
gastamos além das nossas possibilidades. Se você tem dinheiro pra viver de
Armani e manter sua esposa com Chanel, ótimo. Não vejo problema. O
problema está em não poder pagar aquilo que comprou no cartão
de crédito. Todo mundo quer viver bem, mas nem todo mundo tem força
de vontade e disciplina pra chegar nesse ponto. A mulher pode ajudar, e muito,
o marido nesse sentido se ela começar a poupar junto com
ele. Afinal, vocês não precisam de tudo o que vêm na vitrine, né
meninas?
Eu e minha esposa temos colocado essa teoria
de gastar menos do que ganhamos e tem sido positivo pra gente. Conseguimos
poupar algum dinheiro e estamos prestes a realizar um ótimo negócio.
Permanecemos trabalhando com a nossa inteligência financeira pra colocar o
dinheiro pra trabalhar pra gente e pra isso estamos usando uma estratégia
dentro do mercado imobiliário que a maioria desconhece, mas que é muito
interessante e segura para acumular patrimônio no longo prazo.
Mas isso é assunto pra um outro post. Quando tiver dado tudo certo (teremos
certeza já no mês que vem) eu compartilho com vocês, pois pode ser uma ideia
inspiradora pra outros casais.
Que tal começarmos uma mudança de pensamento hoje? Mudar para se aperfeiçoar é uma rotina na vida dos que crescem e um sofrimento para os acomodados.
Muito inteligente, Cayo!! Claro, simples e esclarecedor. Bem interessante abordar um assunto que assombra tantas famílias por aí (casais novovs como nós, e também alguns não tão novos assim), pq nem sempre idade eh sinônimo d controle financeiro. Ao longo desses meus quase 3 anos de casamento, aprendi muito com meu marido sobre inteligência financeira- confesso q eu era das que trabalhava me dois empregos e o salário de um era apenas para as futilidades do cartão de crédito ! - e essa mesma linha de pensamento pude perceber no seu post.Tomara q isso ajude alguns casais a perceberem e começarem a procurar entender e gastar "seus dinheiros" de maneira inteligente, neh?
ResponderExcluir;)
Ótimo post! Mostrarei ao meu noivo!
ResponderExcluirParabéns!
Muito bom o post! Eu e meu esposo ficamos muito endividados no começo de nosso casamento, mas agora estamos poupando uma boa parte de nossos vencimentos. Mas demorou um pouco para aprendermos isso. Com essas dicas vamos conseguir melhorar!
ResponderExcluirEU quero curtir o texto mil vezeees, rs e aí como faz? Uam sugestão: Coloca o botão curtir dpois ta? A visibilidade fica melhor no perfil!! :D Mas to divulgandooo!!
ResponderExcluirEu e meu marido pensamos exatamente desse jeito!!! É realmente um pena vivermos em uma sociedade tão superficial, consumista e que preza pelas aparências e imediatismo e não planejamento! Q bom q ainda têm gnte centrada neste mundo q não vai nessa onda! E melhor ainda propaga boas ideias! Glória a Deus!! Divulgando..rs e vou levar pra discussão tb!! Parabéns! Vcs são cronistas natos. Invistam.. bjo, graça e paz!
Excelente exposição do tema. Escrito em tom motivador, espero ansiosa pelo post da idéia sobre o mercado imobiliário. Parabéns ao casal
ResponderExcluir, pela dedicação em dividir experiências e conhecimento.
Publicado em ÁGAPE Celebrações: Cerimônias de Casamento Personalizadas
ResponderExcluirwww.agapecelebracoes.com.br
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